O álbum que uniu o Queen: The Miracle

The Miracle

Data de lançamento: 22 de maio de 1989
Melhor posição nas paradas: 1° lugar na parada britânica e 24° na parada dos Estados Unidos.

Músicos:

– John Deacon – baixo, guitarra em Party e Rain Must Fall, teclados em Rain Must Fall e My Baby Does Me;

– Brian May – guitarra, vocais, teclados em I Want It All‘, Scandal e Was It All Worth It;

– Freddie Mercury – vocais, piano, teclados em PartyKhashoggi’s ShipThe Miracle e Was It All Worth It;

– Roger Taylor – bateria, percussão, vocais, teclados em The Invisible Man e Breakthru, bateria eletrônica em Rain Must Fall;

 David Richards – programação, teclados;

– Brian Zellis – programação de computador

– Gravado: Janeiro de 1988- Fevereiro de 1989, Olympic e The Townhouse Studios, Londres; Mountain Studio, Montreux

– Produtores: Queen e David Richards

– Após o lançamento do álbum A Kind of Magic (lançado em 02 de junho de 1986), a banda saiu em uma turnê (Magic Tour), que seria a última com Freddie Mercury, fato que só seria conhecido mais tarde.

– No ano de 1987, após o término da Magic Tour a banda fez uma pausa e cada membro da banda aproveitou o tempo livre da maneira que quis. Freddie (que já sabia que era soropositivo), se concentrou na sua colaboração com a soprano espanhola Montserrat Caballé. Foi um período difícil para ele porque o seu ex-gerente pessoal, Paul Prenter havia feito revelações sobre a sua vida privada para o tabloide britânico The Sun, contando muitos detalhes da sua vida sexual e de seus excessos.

– Nessa mesma época, Brian estava se separando de sua primeira esposa, e também havia perdido o seu pai, que era um herói para ele. O guitarrista ficou muito deprimido e encontrou consolo  como produtor do álbum de Anita Dobson, atriz com quem havia começado um relacionamento e com quem está até hoje.  A música Scandal, escrita por Brian, foi uma música destinada à imprensa britânica que perseguia May para saber detalhes de sua vida privada.

      Foto do videoclipe de The Miracle

– Roger estava trabalhando no terceiro álbum do The Cross, seu outro grupo.

– No início de janeiro de 1988 o grupo se reuniu para gravar o próximo álbum, e a banda decidiu que dali em diante todas as canções seriam atribuídas a todo o grupo.

Brian May comentaria:

Tomamos uma decisão que deveríamos ter feito quinze anos atrás. Decidimos que escreveríamos como Queen, que creditaríamos tudo a nós quatro […]. Também ajuda quando você escolhe singles, porque é difícil ser imparcial sobre uma música que é puramente de sua própria criação.

– Outra decisão tomada foi que todos os membros do grupo trabalhariam juntos na gravação do álbum.

– Embora fosse uma boa ideia creditar todas as músicas como faixas do Queen, ainda havia pistas sobre quem escreveu o quê para ouvintes atentos: Roger escreveu The Invisible Man e a maior parte de Breakthru, enquanto Brian contribuiu com I Want It All e Scandal. John e Freddie co-escreveram My Baby Does Me’ e Rain Must Fall, enquanto Freddie prendeu a abertura de um trabalho em andamento ao início de Breakthru. O resto – Party, Khashoggi’s Ship’ Was It All Worth It e a faixa-título – foram verdadeiras colaborações, iniciadas musicalmente por Freddie, mas com todas as letras contribuindo.

May recordou:

Era como nos velhos tempos, com todos nós presentes e muitas discussões, mas construtivas.

– Foi durante a gravação desse álbum que Freddie contou para o grupo sobre o seu estado de saúde.

Brian May mais uma vez lembrou:

Assim que percebemos que Freddie estava doente, nos agrupamos ao redor dele como uma concha protetora. Estávamos mentindo para todos, até para nossas próprias famílias, porque ele não queria que o mundo se intrometesse em sua luta. Ele costumava dizer: ‘Não quero que as pessoas comprem nossos malditos discos por simpatia’. Todos nos tornamos muito próximos. Crescemos muito.” Ele também disse: “Nós nunca conversamos sobre isso e era uma espécie de lei não escrita que não o fazíamos, porque Freddie não queria”. As sessões de gravação duravam no máximo três semanas e eram distribuídas ao longo do ano para que Freddie pudesse descansar entre as sessões.

– A maioria das sessões ocorreu no Olympic Studios e no Town House em Londres, mas algumas foram concluídas em Montreux, no Mountain Studios, porque, como Brian May explicou:

Tornou-se difícil trabalhar em Londres porque havia um terrível foco e atenção em [Freddie]. As pessoas estavam enfiando câmeras nas janelas do banheiro dele […]. Montreux era um lugar muito mais tranquilo para se trabalhar, então terminamos com um monte de coisas lá.

– Dessas sessões, surgiram várias músicas de rock (Scandal, Khashoggi’s Ship, Breakthru) e faixas de rock pesado (I Want It AllWas It All Worth It). Em janeiro de 1989, o décimo terceiro álbum estava completo, e foi lançado em 22 de maio de 1989.

– O single I Want It All precedeu o lançamento de The Miracle e Roger e Brian assumiram o trabalho de promoção do disco, evitando as perguntas sobre o estado de saúde de Freddie.

– A capa do álbum foi criada pelo designer Richard Gray e seu técnico, Richard Baker, que produziu a fotomontagem a partir de fotos tiradas por Simon Fowler. Ela mostra os rostos dos 4 integrantes fundidos em um só e capta bem o espírito do álbum, pois os músicos se tornaram uma entidade única.

É o retrato de uma família unida, descrita por Brian May:

O grupo tende a ser a família mais estável que temos, embora seja difícil ver como ficamos juntos todo esse tempo. Roger é o mais extremo em extravagância e estilo de vida rock ‘n’ roll. Freddie é um mistério, ninguém sabe ao certo de onde ele vem. John também [é] o baixista silencioso arquetípico – ele pode ser incrivelmente atencioso e inexplicavelmente rude, fazer alguém se enrolar e morrer com algumas frases. Ele é muito estranho, mas é o líder do lado dos negócios […]. E eu, acho que os outros diriam que sou o membro mais teimoso da banda e posso ver isso em mim mesmo.

Músicas do álbum:

 

 

– As músicas Hang On In There, Hijack My Heart e Stealin´ foram lançadas como lado B de singles (B-sides)

 

 

 

Fontes:

Georg Purvis. Queen: Complete Works.

Bernoît Clerc.  Queen all the songs: the story behind every track.

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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